o aluno no processo de aprendizagem
Wolber de Alvarenga
Ao iniciar este texto eu tentei, primeiro, me colocar no lugar do aluno para poder penetrar melhor no seu quadro de referência e, a partir daí, dizer algo que realmente faça sentido, tanto para o aluno como para o professor. Várias lembranças me vieram à mente e o aluno que existe em mim brotou vivo e forte. As angústias, o medo de não dar conta, a falta de graça diante da classe, o prazer da nota alta, a incompreensão de um professor, a atenção especial de outro, os colegas, a política, a namorada, a incerteza, o medo, o mundo, uma explosão de sentimentos, uma ânsia de vida. Era a vida com toda sua força borbulhando em mim. ... E eu não sabia o que fazer dela. Muitas vezes me encontrava perdido, sem direção. Eu não era bom nem mau; nem inteligente nem burro; nem aplicado nem malandro. Eu era.
Eu cumpria tarefas ou recusava cumpri-las. Eu conseguia aprender ou apenas tentava e, muitas vezes, eu não me interessava por nada daquilo que estavam tentando me ensinar. Era como um prato intragável colocado em minha frente, que eu era obrigado a digerir e meu organismo recusava violentamente. O conteúdo da matéria, muitas vezes, não tinha nada a ver com a minha vida, com a minha realidade, ou eu não conseguia ver o seu significado. Muitas vezes, meus professores, sincera e honestamente, tentavam me fazer ver o que minha visão não alcançava.
Muitas vezes, eles próprios não viam. Era quase sempre um processo inútil, enfadonho, triste. Assentar-se quieto, ouvir, repetir, ser punido ou recompensado, de uma maneira mecânica e alienada... e era minha vida que estava em jogo.
Eu tinha que suportar todo aquele processo se quisesse continuar vivendo. Não consegui, fracassei.
A culpa, a insatisfação, os julgamentos, a depreciação, a falta de alternativa e perspectivas futuras. “Quem não dá para sela, dá para cangalha; seu fim será triste”, diziam. Poucos adultos, naquela época, tentaram se