O Alienista
A primeira edição em livro da obra é de 1882, quando aparece incorporado ao volume Papéis Avulsos. Anteriormente havia sido publicado em A Estação (Rio de Janeiro), de 15 de outubro de 1881 a 15 de março de 1882. É dessa época também Memórias Póstumas de Brás Cubas que se tornaria um verdadeiro ponto de irradiação da obra da segunda fase de Machado de Assis. O Alienista é, sem dúvida, apresenta bastantes pontos de contato com esse romance monumental.
Para muitos críticos, O Alienista se classifica como uma novela; sem dúvida, levados pelo número de páginas que em algumas edições, chega a mais de oitenta. Outros, conduzidos pela análise íntima da narrativa, classificam-na entre os contos machadianos, no que estão certos.
Já foi dito que o mergulho machadiano na mente de suas personagens, montando um micro-realismo, torna-o cego para questões sociais. No entanto, o presente conto é prova de que no nosso grande escritor o que ocorre é a soma desses dois campos. A personalidade é influenciada por forças sociais; por sua vez, a sociedade é influenciada por razões psicológicas. Dessa forma, podemos entender a literatura machadiana como expressão de problemas psicossociais.
Dentro desse esquema, pode-se até enxergar uma semelhança entre o autor e o protagonista, Simão Bacamarte, pois, como alienista (entende-se por alienista o médico que se especializava em cuidar de problemas ligados à mente, algo como hoje seria o serviço de um psiquiatra), está preocupado em analisar o comportamento dos habitantes da cidade em que está instalado e como a conduta influencia as relações sociais.
O mais interessante é notar aqui o caráter alegórico, ou seja,