Ilustraçã●●●●●●●●●●●o Zoológica - Primórdios

Ilustração zoológica
Os primórdios

Rosa Maria Alves Pereira*

As imagens são memórias culturais da humanidade. As ilustrações de Ciências Naturais trazem consigo alguns elementos construtivos da cultura, especialmente quando uma sociedade se reconhece e se interessa em conhecer e preservar os documentos que trazem informações sobre a biodiversidade de seu território.

Na Idade Média o olhar do copista não representava bem o conhecimento devido à imprecisão nos traços e a inexistência de algumas tintas e cores. Já no Renascimento, a imprensa e o desenvolvimento da gravura vieram resolver os problemas medievais em relação à precisão das formas e a possibilidade de melhor reproduzir as obras. As gravuras contribuiram para a difusão do conhecimento por meio das imagens. Um dos exemplos mais citados é o de Albrecht Dürer (1471-1528), com o seu “Rinoceronte”, de 1515.

Registros de viagens, catálogos impressos e coleções de estampas eram publicados dando visibilidade aos acervos das coleções criadas a partir das viagens dos naturalistas. As publicações permitiram que um número maior de pessoas tivessem acesso às imagens de arquivos dos gabinetes de curiosidades.

Outro fator que marcou a história das Ciências e das Artes foi a invenção dos instrumentos ópticos, como a câmara clara, o microscópio e telescópio.

A anatomia externa de uma abelha pode ser mostrada pelas ilustrações datadas de 1625 e realizadas por Francesco Stelluti (1577-1652). Outro tratado de microscopia importante é o de Robert Hooke (1635-1703), que em 1665 publica sua obra intitulada: “Micrographia”.

A coleção do boticário Albertus Seba (1665-1736), cujas coletas de animais e plantas se estenderam por décadas, e a partir de 1731, os exemplares de sua coleção começaram a ser desenhados por uma equipe de artistas. Essas ilustrações foram publicadas mais tarde, acompanhadas de um comentário explicativo, em quatro volumes intitulados LOCCUPLETISSIMI RERUM THESAURI ACCURATA