Efeito Bombaim ou Falso "O"
Nem sempre a afirmação “Filhos de pais de sangue O não podem ter sangue A” é verdadeira. Realmente na prática isso é impossível, pois pais tipo O só podem gerar filhos tipo O, assim sendo, precisa um exame genético para provar o tipo sanguíneo de fato do pai/mãe. Isso porque existe um grupo, correspondente a menos de 1% da população, em que as técnicas tradicionais de determinação dos grupos sanguíneos (anticorpo-antígeno) os identificam como se fossem de sangue O, mesmo sendo homozigotos ou heterozigotos do tipo A e B; ou AB. A incidência destes casos é maior na Índia, principalmente em Mumbai, também chamada de Bombaim (onde foi descoberta) – justificando o nome dado a este fenômeno. Neste caso genérico, há a possibilidade, mesmo que pequena, de um dos pais ser um falso O.
Isso pode ser explicado da seguinte forma: Existe um loco gênico, chamado locus H, que determina a produção de um fator responsável pela expressão do fenótipo do sistema ABO. Assim, indivíduos HH ou Hh sintetizam uma enzima que é responsável pela formação do antígeno H; transformado em antígeno A ou B dependendo dos alelos que a pessoa possui no loco ABO*: responsável pela determinação dos grupos sanguíneos A, B e AB, em testes tradicionais.
Quando esse loco gênico não está presente, ou seja, em casos de indivíduos homozigotos recessivos (hh), é manifestado um fenótipo de sangue do tipo O independentemente do seu genótipo verdadeiro ABO*, já neste caso que é sintetizada uma enzima inativa.
A produção de enzima ativa (H) nessas pessoas não ocorre, ela que é responsável pela futura produção dos antígenos A e B, sendo assim, a falta dessa substância faz com que ela não seja identificada e presente no sangue, mesmo que os seres possuam os alelos responsáveis pela presença de genótipo A e B.