E. brasileira
MODELO LIBERAL-PERIFÉRICO E BLOCO DE PODER: POLÍTICA E DINÂMICA MACROECONÔMICA NOS GOVERNOS LULA
Luiz Filgueiras Bruno Pinheiro Celeste Philigret Paulo Balanco
Introdução
O desempenho da economia brasileira, durante o período de Lula como Presidente do Brasil, evidencia resultados gerais melhores do que o do período de FHC – muito especialmente quando se considera o seu segundo mandato. Este fato – identificado através das estatísticas macroeconômicas usualmente utilizadas – é consensual entre os economistas, variando apenas o grau de importância que lhe é atribuído, de acordo, quase sempre, com o posicionamento político de cada um: alinhado ou crítico (à direita ou à esquerda) do governo Lula. Contudo, com relação ao debate em torno das razões explicativas para essa melhor performance macroeconômica, bem como o seu significado, não há qualquer convergência no diagnóstico, explicitando-se avaliações e posições mutuamente excludentes. O governo Lula e seus aliados, em especial o petismo, atribuem os melhores resultados da economia brasileira à ruptura com a política econômica anterior e, até mesmo, com o modelo econômico até então vigente – ruptura esta que teria sido efetivada a partir do segundo governo Lula. Segundo essa visão, no primeiro mandato, em virtude da “herança maldita” recebida dos governos anteriores e da necessidade de administrar os problemas daí decorrentes, a moDeLo LiberaL-periFÉriCo e bLoCo De poDer
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política econômica implementada foi, no fundamental, a mesma do segundo mandato de FHC. Contudo, a partir de 2006/2007, o país teria iniciado um ciclo virtuoso de crescimento econômico – denominado por alguns de “Novo desenvolvimentismo: crescimento com distribuição de renda” (Barbosa e Souza, 2010). A nova fase, segundo essa visão oficial, teria sido impulsionada pelas seguintes razões: 1- retomada da participação do