Descartes e a separação entre corpo e mente: Somos divididos?
No século XVII, os chamados “filósofos modernos” davam o pontapé inicial para o começo de um pensamento empírico – científico, tendo no célebre René Descartes a figura do homem responsável pelo início da Idade Moderna. Dentre os diversos enfoques tratados pelo filósofo da ciência, um deles nos chama mais atenção: a distinção feita entre corpo e mente. Para o homem, o nosso corpo – seria uma materialidade externa ao que ele chama de matéria pensante -. E essa tal de matéria pensante é exatamente o nosso cérebro, ou seja, nós somos a matéria pensante enclausurada em nossos corpos! Esse pensamento é quase igual – senão igual – a uma comparação feita com um computador, por exemplo, que tem a CPU – que seria a matéria pensante – e a base onde ele se sustenta, que seria o computador todo.
Não é de se estranhar que Descartes – você já deve ter ouvido falar em pensamento cartesiano, não? – seja um dos influenciadores na posterior criação do computador, da inteligência artificial e no próprio pensamento científico ocidental. Com essa separação feita por ele entre corpo e mente ele afirma que não sofremos nenhuma “influência” de nosso corpo, pois este é somente uma matéria da qual nos servimos e não nos influencia em nada! Somente o pensamento racional, que vem da matéria pensante, é o que pode dizer “o mundo”.
Assim, vamos pensar e refletir um pouco acerca desse pensamento? Você concorda com o pensamento cartesiano de que a mente não sofreria nenhuma influência de nosso corpo e que ela compreende as coisas do mundo pela sua razão? Que os sentimentos que nós sentimos são ilusões materiais e que falseam a verdade e, por isso, para se descobrir o que é real precisaríamos deixar nossa subjetividade de lado? Isso é realmente possível? Percebe alguma semelhança dessa perspectiva com o modo como tratamos a ciência? Pretendemos continuar com essa discussão posteriormente e contamos com a opinião de todos os nossos