Alongamento x Aquecimento
José Borbolla
04/02/2007
INTRODUÇÃO
O alongamento é largamente utilizado como parte do processo de aquecimento nas mais diversas práticas de atividade física, geralmente com três objetivos principais: aquecimento geral, meio para evitar lesões e meio para melhorar a performance esportiva (2, 22, 23, 27). Diversos autores e profissionais recomendam o alongamento baseados na premissa de que esta prática acarretará aumento na flexibilidade que, por sua vez, diminuirá a incidência de lesões (32, 33).
Muito embora o alongamento esteja profundamente arraigado nas mais diversas áreas da educação física, trabalhos recentes vêm apresentando resultados que contestam os supostos benefícios atribuídos à sua prática. Alguns estudos, inclusive, mostraram diminuição na performance muscular após alongamento estático (4, 7-10, 17, 24, 25). Por esta razão, tais autores não recomendam a realização de alongamento no aquecimento para provas que requeiram força e potência muscular. Há também trabalhos que demonstraram que o efeito do alongamento estático sobre a flexibilidade quando é realizado por períodos de 20 a 30 segundos não difere dos efeitos do alongamento realizados por tempos maiores (3, 19). Baseados neste achado, autores como Alter recomendam a realização de alongamento por um período máximo de 20 a 30 segundos durante o aquecimento, para que não haja prejuízo na performance (2), porém não explicam qual seria o efeito de tal prática. Já outros autores afirmam não haver efeitos fisiológicos quando o alongamento é realizado neste intervalo de tempo (23, 24, 25).
Neste cenário de informações contraditórias surge a questão que permeia este texto: se o alongamento estático prejudica a performance quando realizado por períodos de tempo longos e não tem efeitos sobre a flexibilidade se realizados por períodos de tempos curtos, qual seria a verdadeira função do alongamento no processo de aquecimento? Um dos poucos