A ética no discurso de Habermas
1.1 Do pensamento de Kant
Antes de iniciar um estuo da teoria de Hebermas, propriamente dita, como faz o próprio autor, é importante que se dê certa explicação acerca da teoria criada por Kant, também aplicável, em alguns casos ao pensamento do filósofo contemporâneo.
A essência do pensamento ético de Kant se funda em quatro características fundamentais; quais sejam: deontologia, cognição, formalismo e universalismo.
Dizer que a formação de conceitos éticos é deontológica significa dizer que ela busca fundamentação normativa para as condutas humanas e base morl para que essas mesmas normas que regem o comportamento da sociedade sejam consideradas válidas. São, portanto, os princípios morais fundadores das regras da coletividade. Nesse sentido, os conflitos humanos podem ser resolvidos, com base em acordos racionais, validados por fundamentos morais.
Além disso, a ética é cognitiva, ou seja, só está submetido ao pensamento ético aqueles seres dotados de razão. Essa característica é importante também ao observarmos a fundamentação moral nas normas existentes no ordenamento jurídico.
É também caracterizada como formalista, no sentido de que, para seres dotados de razão, o imperativo categórico, abstrato, deve ser gradualmente substituído pela argumentação moral.
Por fim, dizer que a ética é universalista é o mesmo que dizer que ela não é exclusivo a apenas uma cultura , mas sim aplicável a toda a sociedade,, a todos os membros da coletividade, possuindo uma validade geral.
1.2 Do pensamento de John Rawls e G.H. Mead
O autor utiliza-se também do balanceamento entre o que foi proposto por John Rawls e por G. H. Mead. Enquanto o primeiro defendia ideais igualitários onde as diferenças sociais entre as classes seriam imperceptíveis; o segundo defendia uma pluralidade de características sociais que restaria em um posicionamento de cada indivíduo. Habermas, então, aplicou ambas as