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A Síndrome do Pânico – ou transtorno do pânico foi reconhecida como patologia na década de 80, caracterizada pelo DSMIV como uma apreensão súbita de temor ou terror, como se houvesse uma catástrofe iminente seguido de sintomas como “falta de ar, palpitações, dor ou desconforto toráxico, sensação de sufocamento e medo de ficar louco ou de perder o controle” (DALL’ASTA, et al, 2005, p.14). Apresentando um aumento significativo em sua incidência, nos últimos vinte anos, chegando a afetar cerca de 4% da população, sendo depois da depressão, o grande mal da era moderna. Esse aumento abrupto junto com o recente reconhecimento de tal doença fez com que muitos acreditem que a síndrome nada mais é de que uma invenção de indústrias farmacêuticas, no intuito de lucrar com uma nova patologia – até porque tais indústrias são grandes patrocinadoras na formulação do DSM. Porém a Síndrome do Pânico apresenta sintomas muito característicos e bem delimitados, já sendo observados anos antes de seu reconhecimento como tal, por Freud – que a chamava de neurose de angustia.
A classificação tanto da CID quanto do DSM então permitiu caracterizar e dar corpo a esses sintomas, que antes não conseguiam ser entendidos, ou sofriam diagnósticos errôneos, sendo alguns indivíduos até confundidos como cardíacos em decorrência à taquicardia e suor excessivo sem nenhum motivo aparente. Entretanto por conta do caráter nosológico da definição da Síndrome do Pânico por parte destes, algo que antes era representado por uma pluralidade de abordagens, tanto no âmbito social, emocional, psicológico e cultural; parece ter sido resumida a uma explicação totalmente biológica, sendo o motivo para o pânico então apenas um problema no disparo do mecanismo de estado de alerta humano.
A biologisação da Síndrome do Pânico pode ser bem observada no artigo desenvolvido pelo centro de psicoterapia existencial “A vivencia do Desamparo no Transtorno do Pânico” no qual os três entrevistados que apresentam ataques de