A o contra seguradoras
O Ministério Público de Goiás entrou com uma ação na justiça contra todas as seguradoras de veículos do país. Elas estão sendo denunciadas por descumprir o Código Nacional de Trânsito ao não dar baixa nos documentos e nos chassis dos carros que têm perda total. Isto permite que esses carros sejam remontados. Um esquema fraudulento que prejudica os consumidores.
A camionete está pronta para sair da oficina direto para a revenda. O carro que parece novo, na verdade, só poderia ser vendido como sucata. Investigando a placa, uma empresa especializada em perícia de veículos identificou a camionete numa página de leilões na internet. “Um veículo desse não tem nem como não ter sido indenizado. Ele ficou todo avariado, batido”, comenta a funcionária da empresa.
Se o consumidor fosse pesquisar no cadastro público da Federação Nacional das Seguradoras teria uma resposta diferente. “No site da Fenaseg não consta sinistro de indenização integral”.
O Código Nacional de Trânsito é claro: carros com perda total só podem sem vendidos para comercialização de peças. “A própria seguradora teria a obrigação por lei de ter dado baixa nesses veículos. É a falta de legislação que ampare a polícia a proibir esse tipo de negócio”, afirma o delegado de furtos e roubo de veículos Antonio Gonçalves dos Santos.
Enquanto isso, os carros indenizados integralmente continuam sendo remontados e têm clientela garantida. “Dono de garagem , várias pessoas. A gente tem uma clientela que vende para fora de Goiás”, revela o vendedor Luis Eduardo Martins.
Foi assim que a fisioterapeuta Ana Paula Duarte comprou sem saber um carro salvado. “Eu arrumo o pára-choque, ele cai, eu arrumo de novo, cai de novo. Todo dia tem um problema”.
O Ministério Público de Goiás investigou durante quatro anos o esquema dos carros salvados e agora entrou com uma ação na justiça para obrigar as seguradoras a informar todos os casos de perda total ao Detran, independente do motivo da