A C Mara Obscura
A fotografia nasceu como uma síntese de duas experiências muito antigas. A descoberta da câmara obscura e posteriormente a descoberta de que algumas substâncias são sensíveis à luz. Mas até a invenção de mecanismos para captação e fixação da fotografia a câmara obscura foi o principal meio para uma pré-visualização da imagem.
Já no século V a.C. os filósofos gregos descrevem o princípio da câmara obscura anteriormente as teorias sobre a óptica. Escritos de Aristóteles relatam o que na época poucos sabiam; que se um pequeno buraco fosse feito na parede de um quarto escuro, um feixe de luz refletiria na parede oposta a imagem do exterior.
O primeiro estudo abrangente e ilustrado sobre o funcionamento da câmara obscura aparece nos manuscritos de Leonardo da Vinci (1452-1519), e embora esta tenha sido usada como auxílio ao desenho e à pintura durante a Idade Média, somente na segunda metade do século XVII foi inventada uma caixa portátil, utilizada a partir de então por vários pintores. Canaletto, Dürer e Vermeer são alguns nomes que podemos citar.
Câmera obscura para desenho, 1769.
No premiado filme «Girl with a Pearl Earring» de 2003, dirigido por Peter Webber, vemos retratada em uma cena a utilização de uma câmara obscura, tal como se acredita que foi utilizada pelo importante pintor holandês do século XVII, Johannes Vermeer (1632-1675).
No filme o pintor mostra a uma jovem o funcionamento de uma câmara obscura, na qual ela pode ver algo como uma pré-visualização do quadro que seria pintado, pois a câmara capta a composição disposta pelo pintor. Embora saibamos se tratar de uma ficção cinematográfica, é possível visualizarmos o mecanismo utilizado por alguns pintores na época. Algo interessante, que também é retrato no filme, é o espanto da jovem ao ver uma imagem através de um mecanismo artificial. Tal espanto seguiu a imagem “simulacro” até a popularização da fotografia. Com o fonógrafo criado por Thomas Edison em