A virtude em platão
A virtude em Platão
No diálogo Menon, Platão explica que a virtude não é uma ciência, pois se fosse, haveria mestres nessa ciência, ao passo que eles não existem. Também afirma que heróis da Grécia, bons em variadas atividades, e também virtuosos, procuraram educar seus filhos nessas atividades, porém na seara da virtude não eram capazes de transmiti-la, como quem transmite o conhecimento matemático de que dois mais dois são quatro.
Para Platão, portanto, a virtude não é algo de que o virtuoso tem a posse, mas antes uma dádiva divina. "Se não é graças à ciência, então, resta que é graças a uma feliz opinião? Servindo-se dela os políticos administram as cidades, não sendo eles em nada diferentes, em relação ao compreender, dos prenunciadores dos oráculos e dos adivinhos inspirados. Pois também estes, quando os deuses estão neles, falam com verdade, e mesmo muitas coisas, mas não sabem das coisas que dizem." Esse tema voltará a ser tratada por Platão no diálogo Apologia de Sócrates, quando retrata Sócrates fazendo sua defesa de que era o homem mais sábio da Grécia, mesmo sem ter plena consciência disso, comparando-se a outros personagens da vida grega, especialmente os do gênero poético, os quais são capazes de montar histórias e palavras belíssimas, mas nem sabem direito como o fizeram, enquanto ele, Sócrates, sabia que era ignorante em variados assuntos onde os outros tinham a certeza, equivocada, de que eram mestres. Claro que a crença comum de que Sócrates fosse um bobo atrás de respostas não é adequada, pois ele se mostrava tremendamente irônico e altaneiro conversando. Guardava Sócrates, não obstante, um profundo respeito pelo mistério da vida.
O filósofo da Academia arremata a questão da seguinte forma: "Mas se nós, agora, em toda essa discussão, pesquisamos e discorremos acertadamente, a virtude não seria por natureza coisa que se ensina, mas sim concessão divina, que advém sem inteligência àquele que