A violência no Brasil
O homicídio, considerado como indicador universal da violência social, é definido pelo setor saúde como morte por agressão, independente de sua tipificação legal, sendo o principal responsável pelos elevados índices de mortalidade da população mundial. Tal qual acontece com outros tipos de agravos, os homicídios distribuem-se heterogeneamente entre as regiões e continentes do mundo, de modo que a América Latina tem se destacado como a região com as taxas de mortalidade mais elevada por esses eventos
(19,9/100 mil hab.), seguida pelo Caribe, África, America do Norte, Ásia,
Oceania e Europa em 2002. Não somente na região latina, mas, também, mundialmente falando, observa-se um perfil epidemiológico da mortalidade por homicídios estabelecido, em que há o predomínio de pessoas jovens, do sexo masculino, negras ou descendentes dessa raça/etnia, pertencentes ao estrato socioeconômicos menos favorecido e com baixo nível de escolaridade (SOUZA et al, 2012).
De acordo com os resultados divulgados em 2008 pelo “Mapa da
Violência: Os Jovens da América Latina”:
A probabilidade de um jovem da América Latina morrer vítima de homicídio é trinta vezes maior que a de um jovem da Europa e acima de setenta vezes maior que a de jovens de países como a Grécia ou a Hungria, ou a
Inglaterra, ou a Áustria, ou o Japão, ou a Irlanda.
(WAISELFISZ, 2008, p.15).
Com relação ao Brasil, não é novidade que seja considerado um dos países com o maior índice de criminalidade no mundo, de modo que os números apontados também são bastante preocupantes, sobretudo no que diz respeito Às taxas de homicídios:
As taxas de mortes violentas nos principais centros urbanos brasileiros superam as de países que vivem em conflitos armados. Comparando-se os coeficientes de mortalidade por homicídios entre diferentes países, observa-se que, no Brasil, o risco de morrer por essa causa é quinze vezes o do Canadá, três vezes o dos
Estados Unidos e 1,5 vez o