A violencia na educação infantil
Patrícia Bezerra da Costa¹
MACEDO em sua obra “Cinco Estudos de Educação Moral” nos traz algumas reflexões como: Onde estarão as sementes de violência que afetam a sociedade atual? Onde estarão as raízes da indiferença de tantos diante da marginalização e da exclusão de múltiplos grupos de seres humanos, privados de uma vida digna? Segundo o autor, psicólogos e educadores estão seguramente de acordo de que nenhuma realidade moral é completamente inata. O que é dado pela constituição psico-biológica do indivíduo como tal são as disposições, as tendências afetivas e ativas: a simpatia e o medo, componentes do “respeito”, as raízes instintivas da sociabilidade, da subordinação, da imitação etc., e sobre tudo certa capacidade indefinida de afeição, que permitirá a criança amar um ideal como amar a seus pais e tender ao bem como sociedade de seus semelhantes. Porém se deixar livre, essas forças inatas permaneceriam anárquicas. Para que as realidades morais se constituam é necessário uma disciplina normativa, e para que essa disciplina se constitua é necessário que os indivíduos estabeleçam relações uns com os outros. Mesmo que se considerem as normas morais como impostas a priori no espírito, ou que nos atenhamos aos dados empíricos, resulte certo, do ponto de vista psicopedagógico, que é nas relações interindividuais que se desenvolvem essas normas, nas relações que se estabelecem entre a criança e o adulto ou entre a criança e seus iguais, as quais a levarão a adquirir a consciência do dever e a colocar sobre seu eu essa realidade normativa, que é no que consiste a moral. Não existe, pois, moral sem uma educação moral, “educação” no sentido mais amplo da palavra, que é precisamente o que se superpõe à constituição psicofísica inata do indivíduo. (PIAGET,