a vida
A VEJA, ele se referiu a si próprio como um “assalariado” – ou melhor, um “assalariado com potencial de levar uma participação nesses ativos que sobraram aí”. Eike não disse, mas o pro-labore em questão é de 5 milhões de dólares por ano, quantia que lhe prometeu o fundo soberano de Abu Dabui, o Mubadala, seu maior credor, para o ano que vem, caso ele cumpra algumas condições estabelecidas no acordo pelo qual entregou quase todos os bens aos árabes. Na quarta-feira, depois de uma tarde inteira repetindo a mesma coisa, com ar cansado e os olhos caídos, o “classe média” Eike entrou em sua caminhonete Hilux blindada e foi para casa – uma mansão de 3 500 metros quadrados fincada num terreno com vinte vezes esse tamanho, aos pés do Cristo Redentor e com vista para os mais belos cartões postais do Rio de Janeiro.