A vida sob pressão

IFBA - Instituto Federal da Bahia

A vida sob pressão

Vivemos num mundo de água. Mesmo que nunca tenhamos posto os pés no litoral, os oceanos afetam nossas vidas, pois é aqui que o clima é urdido e os furacões nascem. Este texto considera como o conhecimento da fisiologia esteve sempre estreitamente ligado à nossa capacidade de permanecer mais tempo nas profundezas e indaga porque, mais uma vez animais parecem fazê-lo com tão menos esforço. Afora a falta de ar, a principal dificuldade experimentada por um mergulhador é o aumento da pressão. Quanto mais fundo se desce no oceano, mais a pressão aumenta, porque a água sobre nós, com seu peso, faz pressão em baixo. A água é cerca de 1.300 vezes mais pesada que o ar. A pressão na base de uma coluna de líquido é determinada pela altura da coluna, a densidade do líquido e a força da gravidade. O volume de um gás varia com a pressão, Robert Boyle descreveu esse fenômeno numa famosa lei: pressão x volume = constante, pois, numa dada temperatura, o produto da pressão e do volume é sempre constante. Mas a pressão da água não fez com que o homem desistisse de investigar o que havia nas profundezas aquáticas, mergulhar em busca de alimento, para salvamento ou para fins militares é uma tradição muito antiga assim como o uso de sinos e vasos herméticos. O sino de mergulho foi inventado no século XVI, porém só se tornou uma possibilidade prática quando a maquina pneumática foi inventada pelo alemão Otto Von Guericke, em 1654, disponibilizando um método para reabastecê-lo de ar. A presença do ar exclui a água. Um problema que essa forma simples de sino de mergulho apresenta é que, se ela não for mantida no prumo, haverá escapamento do ar pela borda e infiltração de água para substituí-lo. Outra dificuldade é que o volume de ar contido no sino vai decrescer à medida que a pressão se elevar,