A Vida das mulheres nas Minas Gerais do século XVIII
As mulheres, principalmente as não brancas, das Minas Gerais, tiveram muito contra o que lutar. Faziam parte do 2° escalão de importância social, e, de fato, lhes era dada pouca importância no contexto mineiro.
Mesmo às mulheres brancas esposas de grandes senhores era dada pouca importância, e viviam praticamente para reproduzir, e formar uma família “tradicional”.
A mulher negra, mulata ou índia sofria com explorações de cunho racial e sexual, além de ser mal vista na sociedade em um contexto geral. A falta de mulheres brancas fez com que a prática do concubinato se tornasse comum, e era combatida a todo custo pela Igreja. Muitas dessas mulheres viam no concubinato a chance de alguma ascensão econômica, e talvez até social, pois teriam ao lado do seu companheiro tudo o que dificilmente conseguiriam sozinhas, pois viviam na pobreza.
O caso mais famoso foi o da escrava Chica da Silva, que juntou-se com o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, e viveu uma vida de prestígio e luxo no arraial do Tijuco, sendo até mesmo alforriada.
Mas Chica não foi exclusividade, tendo muitas outras mulheres negras vivido histórias parecidas, juntando-se com senhores mais velhos e vivendo vidas muito confortáveis ao seu lado, por muitas vezes sendo alforriadas e recebendo heranças, dando continuidade à vida próspera. A alforria chegava geralmente quando o senhor já estava para morrer, e em gratidão, alforriava sua companheira. Mesmo vivendo bem e sendo ricas, as concubinas eram mal vistas por toda a sociedade branca nas Minas Gerais, fato que nunca se desfez.
Após a morte de seus companheiros, essas mulheres tornavam-se chefes de domicílio, e na tentativa de aderirem à sociedade de elite, faziam o possível pra se adequar aos padrões, deixando de trabalhar, adquirindo escravos, vivendo a vida de um branco rico.
As mulheres que não tinham essa sorte seguiam por outros caminhos mais dolorosos e difíceis. O