contexto
e-hum, Belo Horizonte, vol.3, no.1, 2010
A mulher que alimenta: representações e sociabilidade no universo cultural das Minas setecentistas
Patrícia Aparecida Vitor1
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo contribuir para o estudo da história da mulher africana e suas descendentes em Minas Gerais no século XVIII, por meio da análise dos hábitos alimentares, identificando suas diversas formas de representação e sociabilidade no universo cultural alimentar da América Portuguesa. O objetivo, além de conhecer e compreender o cotidiano da cultura alimentar dessas mulheres é também buscar afirmar uma identidade em que elas possam ser vistas enquanto preservadoras das suas tradições de origem, ressaltando desta forma, seus aspectos étnico-culturais. Para tal, propõe-se estudálas por um dos meios pelo qual elas mais atuaram em Minas Gerais, o da alimentação.
Estabeleceram-se enquanto verdadeiras protagonistas em meio a uma sociedade patriarcalista atuando tanto no comércio fixo quanto no ambulante. Trilhar os caminhos desse universo é mergulhar num contexto híbrido e encontrá-las como agentes sociais que quebraram paradigmas e reinventaram valores e costumes na cultura afro-brasileira.
Palavras Chave: Mulher, alimentação, cultura, África, colônia, comércio
Este trabalho é parte da Monografia de Graduação realizada em Dez./2009 no Centro Universitário de Belo
Horizonte - UNI-BH, em cumprimento às exigências do curso de Bacharelado e Licenciatura em História.
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Graduada do Centro Universitário de Belo Horizonte - UNI-BH; vitoriapp@yahoo.com.br
e-hum, Belo Horizonte, vol.3, no.1, 2010
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A alimentação se constitui em uma fonte de estudos riquíssima para se conhecer o cotidiano de uma sociedade2. É um campo vasto imbuído de um sistema carregado de códigos e valores próprios que conduzem a diversas formas de representações. Mostram, mais que a matéria, identidades sociais e culturais. Certamente tem muito a dizer sobre as