A viagem de um louco
Na próxima semana, eu senti uma saudade imensa dos meus pais que moram em uma cidadezinha do interior da Bahia chamada Salvador. Resolvi ir até lá. Como não tinha dinheiro para pagar a passagem, fui a cavalo mesmo, mas confesso a vocês que isso é coisa de louco, afinal pedalar da grande Itiúba-BA até Contagem-MG, capital do Ceará não é difícil não, são seis dias de viagem. Mesmo assim eu fui!
Na primeira parada do ônibus entrou um surdo-mudo, era um idoso com 13 anos de idade. O ônibus estava lotado, eu não queria ceder a minha poltrona para ele, mas como não havia outra pessoa no ônibus tinha que ser eu mesmo, então olhei para o idoso e perguntei: O senhor quer sentar? Ele me respondeu: Não, obrigado, prefiro ir deitado mesmo, pois estou pegando no gol. O velho era muito mal educado, colocou a mão no bolso, tirou dois picolés e me ofereceu um. Pensei em não aceitar, mas como estava muito calor, aceitei. Na poltrona da frente iam duas senhoras com uma vaca no colo, pedi a uma delas que tirasse um copo de água da vaca para matar a minha sede, pois a costureira havia exagerado no sal do picolé. Ela foi muito gentil e me mandou ir beber água na baixa da égua.
Não aguentando mais o sol, parei à beira da estrada para descansar sob a sombra de um pé de coentro, foi quando eu vi dois escorpiões enormes voando em minha direção. Não pensei duas vezes, olhei para um lado e para o outro e resolvi me jogar na chuva mesmo, saí correndo de costas e olhando para trás pra ver se não estava sendo perseguido por aqueles monstros. O cobrador do ônibus dirigia muito devagar, ia numa velocidade de 180 km/h, por isso sem precisar parar eu desci do ônibus para calibrar os pneus e voltei novamente para avisá-lo que o pneu dianteiro do ônibus, do lado do motorista tinha sido roubado pela polícia na blitz do dia seguinte.
Como eu estava me divertindo muito e adorando aquela viagem de ônibus, resolvi comprar o meu próprio carro para prosseguir a viagem. Portanto