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Os contos e romances escritos por Guimarães Rosa ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro. Porém destaca-se pela capacidadede transpor os limites do espaço regional, e alcançar uma dimensão universal. A composição das personagens e o espaço tornam possível perceber que tudo está calcado na existência humana, seus dramas,angústias, buscas e destino. Sentido oculto da existência, crescimento espiritual, vida como aprendizado, sensibilidade extraordinária, manifestando-se pela loucura e pela ingenuidade infantil, vidacomo predestinação, limites entre bem e mal são temas que permeiam suas obras. Seus personagens (crianças, loucos, jovens, valentões e idosos), circundam ao redor de fatos estranhos que as colocam emsituações extremas, diferenciando-as das demais. foco narrativo: 3a pessoa - narrador personagem e onisciente. Existe uma ambigüidade nas falas do narrador que permitem entendê-lo como tal(personagem).“A gente”, aqui, pode indicar tanto o povo como uma inclusão do narrador na ação.O narrador fala também dos sentimentos, penetrando, ainda que sutilmente, na mente das personagens. A progressiva participação do narrador nos acontecimentos está indiciada pelo aumento do uso de “a gente” conforme avança a narração e pelo uso exclusivo desta expressão no final do conto.Desta maneira a adequação do discurso aos factos, que caracteriza a mimese clássica, é alterada pela expressão do sentimento colectivo.
Tempo: existe uma diferença entre o tempo da narrativa e o da história. Ela, porém, não se passa em pouco mais de alguns minutos, num dia ensolarado, em torno do meio-dia. Na verdade, o tempo da estória é duplo: divide-se pela passagem do trem que vai levar o vagão com as duas mulheres (antes do trem, soroco esta com a mae e a filha e depois do trem, soroco esta sem elas, livre da loucura). Mas nessa duplicidade lógica do tempo da estória vai instalar-se o imprevisto: embora as mulheres loucas sejam fechadas e levadas