Resenha On the Road
On the Road - o manuscrito original, é sem dúvida um dos mais intrigantes, viciantes, significativos, celebrados e ousados livros publicados da história literária contemporânea. “[...] porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante - pop! - pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos aaaaaaah!”
Tudo começou em 1947. Nesse ano, Jack Kerouac começou a pensar no romance que viria a ser On the Road. Nos três anos seguintes, ele cruzou os Estados Unidos na companhia de Neal Cassady, Allen Ginsberg e outros amigos. Nas viagens, o aspirante a escritor encheu bloquinhos, diários e cadernos com anotações, rabiscos e pensamentos aleatórios que seriam, teoricamente, a base para o livro. Sem ainda o esboço final ou a certeza do que viria a ser o livro, no final de 1950 e início de 1951, Cassady escreve a ele diversas cartas, repletas de vida, emoção, sensações tão únicas e envolventes que o jovem Kerouac percebeu, diante dos próprios olhos, a grande sacada que estava faltando: as experiências únicas que cada um teve durante esses anos de viagens, de forma literal e sem cortes.
Kerouac, que é o narrador da história, tem a vida pacata, diria até que tediosa, em New Jersey. Ele mostra como o tal “sonho americano” não foi o ideal perfeito de alguns jovens americanos. Principalmente para aqueles que buscavam entender o mundo, eles mesmos e as pessoas ao redor, de modo profundo. Um certo dia, em Nova York ele conhece um sedutor e alucinante andarilho de Denver de personalidade viciante e atraente chamado Neal Cassady. Um rapaz frenético, que sonha em ser escritor, ama literatura, Jazz e deseja correr o país em busca de aventura e autoconhecimento. Logicamente,