A VEZ DAS GIGANTES
A vez das gigantes do mundo emergente | 29.03.2006
Num avanço sobre os mercados da Europa e dos Estados Unidos, empresas de países em desenvolvimento batem recordes de fusões e aquisições
Divulgação
Centro de produção da Santista Têxtil, em São Paulo, que fabrica matéria-prima para grifes de moda como a Zoomp: fusão com a empresa espanhola Tavex, realizada em março, deu origem à maior fabricante de tecido jeans do planeta
Por Denise Dweck e Carolina Meyer
Uma empresa nacional tornou-se protagonista de um lance que mudou o jogo de forças da indústria têxtil global. Em março, a brasileira Santista fundiu-se à espanhola Tavex para dar origem à maior fabricante de tecido jeans do planeta. Isoladamente, as duas empresas já possuíam um peso considerável no cenário internacional. A Santista é líder na América do Sul e tem clientes espalhados por mais de 50 países. A Tavex, por sua vez, controla os negócios de sua área na Europa, fornecendo matéria-prima a clientes como Diesel, Zara e Miss Sixty. Juntas, as duas companhias devem se transformar numa multinacional gigantesca, com 12 fábricas, faturamento anual de 1,4 bilhão de reais e controle de 15% do mercado mundial de denim.
A sede da empresa será em Madri, mas o controle vai permanecer em mãos brasileiras. A Santista Têxtil pertence aos grupos Camargo Corrêa e Alpargatas, que continuarão sendo os maiores acionistas da companhia resultante da fusão. O suíço Herbert Schmid, atual presidente da Santista, já foi escolhido como presidente mundial da Tavex, nome dado à nova empresa. "Graças à fusão, teremos fôlego para aumentar substancialmente nossa presença na América, Europa e Ásia até 2010", afirma ele.
O movimento recente da Santista é reflexo de uma tendência mundial: a rápida expansão de empresas de países em desenvolvimento. Nos anos 70, diversas companhias dessas nações se