A velhice
O envelhecimento populacional é um fenômeno relativamente recente no Brasil e tem despertado o interesse de estudiosos e profissionais de diferentes campos do saber e intervenção, como a Medicina, Enfermagem, Psicologia, Sociologia, Serviço Social, dentre muitos outros. Araújo e Alves (2000) apontam para o caráter irreversível deste processo e enfatizam a necessidade e importância de estudos sobre o tema e o grupo social em questão. Segundo as autoras, enquanto a população com menos de 20 anos cresceu 12% de 1980 a 1999, a população idosa cresceu 70%, passando de 7,2 milhões para 12,6 milhões; até o fim do século, a expectativa de vida terá aumentado 20 anos
O interesse pelas questões referentes à velhice passa a se refletir, também, na esfera política, sob a forma de leis, principalmente nos âmbitos estadual e municipal. A preocupação com a terceira idade foi incorporada ao discurso político / eleitoral de alguns representantes políticos, sendo incluída em suas plataformas e programas, a garantia dos seus direitos sociais, o amparo econômico após o cumprimento de seu tempo de serviço e da elaboração de uma política de empregos, além de outros benefícios. Esse movimento político-intelectual parece expressar uma tomada de consciência e a necessidade de intervenção sobre uma nova questão social, ou melhor, uma nova expressão desta: o envelhecimento da população brasileira..
É importante observar que ao nos referirmos à velhice, não estamos falando de uma realidade bem definida, ao contrário, trata-se de um fenômeno extremamente complexo cujo conceito se deve à interdependência estreita de vários aspectos. Trata-se de uma experiência vivenciada de forma não homogênea, diversificada também em função das conjunturas sociais, econômicos, históricos e culturais, além dos fatores individuais / existenciais / subjetivos.
A ONU estabelece 60 anos a idade que demarca o início da velhice nos países considerados em desenvolvimento e 65 anos nos países