A velha expressão “baixa autoestima”
Daísy Cléia Oliveira dos Santos
Psicóloga Clínica
É interessante como expressões se popularizam e passam a ser usadas com facilidade para definir as pessoas. Como quando se fala que uma pessoa tem baixa autoestima. Inúmeras foram às vezes que eu já ouvi alguém falando que o “problema” de fulano era que tinha uma autoestima muita baixa. Como se está causa resumisse toda complicação da vida de uma pessoa.
A vida é sim complicada! A todo o momento vivenciamos situações difíceis, nas quais devemos fazer escolhas. E aí é que está o problema: a todo o momento fazemos escolhas, mesmo que não estejamos conscientes disto. E quando o resultado não é lá muito satisfatório, mesmo sem percebermos, temos uma sensação de insegurança, que por sua vez gera o cansaço ou como as pessoas gostam de dizer, usando outra popularizada expressão, gera o “estresse”.
Com o cansaço ou devido a limitações de habilidades pessoais, a pessoa não consegue iniciar a atividade que gostaria ou necessita fazer, tendo grande esforço para iniciar e manter-se em tal atividade. Por exemplo, quando a pessoa posterga tarefas ou decisões que acabam a prejudicando, como no trabalho ou nas relações pessoais. A partir daí sentir-se inseguro acaba sendo inevitável, e que não é simplesmente reflexo de uma baixa autoestima – “Como as pessoas insistem em dizer”. Se fosse só um problema de pessimismo ou baixa autoestima seria fácil! Seria apenas necessário elevar o conceito sobre si mesmo. Entretanto, a pessoa se ver de uma forma mais positiva pode não ser suficiente. Como no caso de famílias superprotetoras que criam filhos com elevado senso de autoestima, mas com baixo repertório para enfrentar a vida. Não estou dizendo que isto não seja importante. É claro que considerar a própria vida de maneira mais positiva aumenta a motivação e torna as ações mais fáceis e possíveis.
A insegurança ou mesmo a baixa autoestima não se deve apenas a um autoconceito pessimista, mas