pretende oferecer caminhos de compreensão para as potencialidades contidas em algumas experiências de extensão, desenvolvidas na UERJ e cadastradas na Sub-reitoria de Extensão e Cultura, ou seja, suas características agregadoras e emancipadoras, seu papel na formação dos alunos, que se quer emancipador, e o posicionamento da equipe frente às políticas públicas da área de atuação dos projetos. Atualmente, as universidades vivenciam múltiplos desafios colocados tanto pela sociedade, que questiona sua existência, quanto por parte do Estado, que restringe o financiamento de suas atividades. As crises por que passa a Universidade dizem respeito também ao questionamento da sua hegemonia e da sua legitimidade. Neste sentido, mais que uma análise sobre sua estrutura e/ou conjuntura, é preciso refletir sobre o seu fazer cotidiano, procurando germes de mudanças, experiências que tragam para o debate uma maneira de se fazer formação que não seja aquela centrada no modo moderno de conhecer onde a razão se separa dos sentimentos, onde as relações são quantificáveis e onde a experiência foi silenciada. Esta reflexão se ancora no conceito de Boaventura Santos o qual considera emancipador o conhecimento que pensa as conseqüências dos seus atos, nos quais a relação sujeito-objeto é substituída pela reciprocidade entre os sujeitos e onde a solidariedade e a participação estão presentes. Através da análise documental dos projetos e das entrevistas realizadas com coordenadores, alunos e usuários pudemos perceber que a contribuição das atividades para a formação do aluno se dá em dois níveis: a formação técnica e aquela mais voltada para a qualidade das relações, baseadas no respeito e no afeto. Foi igualmente possível observar que a concepção de saúde presente nas propostas não reduzem o homem às suas doenças, que a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão ainda não se concretizou de forma mais ampliada e que o conhecimento produzido é menos disciplinar e mais contextualizado,