A troca de bens
Segundo Lucy, nas sociedades de pequena escala não se baseiam exclusivamente em uma economia universal baseada no dinheiro devido à falta de comunicação a longa distância. E, com isso, não conseguem efetuar a troca definitiva que chamamos de compra e venda.
Todos os intercâmbios das sociedades não-monetárias são efetuados entre pessoas que têm uma relação contínua. Na maioria dos casos, os bens são permutados com um certo padrão de equivalência.
Mauss apresentou uma teoria sobre a importância da troca de presentes nas sociedades simples. Ele usou como exemplo as expedições de navegação kula para a troca de ornamentos de conchas, e o potlach, que são as distribuições competitivas de algumas tribos indígenas do Noroeste da América.
A maioria dos povos que praticam a troca cerimonial de presentes também se dedica ao comércio, e também fazem longas viagens para trocá-los.
Nas sociedades de pequena escala, a doação de presentes segue os mesmos princípios da sociedade ocidental, ou seja, os presentes são uma espécie de comportamento socialmente esperado de certas relações. Como disse Evans-Pritchard: os objetos materiais são os elos por onde correm as relações sociais. Os presentes são um modo de manter as relações sociais em todas as sociedades, e nas de pequena escala são uma maneira particularmente importante.(pág. 171) Pois, nas sociedades de pequena escala, os presentes cerimoniais consistem em objetos muito apreciados, o reconhecimento do valor dos bens trocados parte essencial dele, mas igualmente importante a relação social criada pela troca.
O kula é uma das mais famosas instituições de troca de presentes. Quando é realizado o encontro entre os homens de uma ilha com homens de outras ilhas ou de sua própria ilha, aquele que está na sua vez dá o presente, que será retribuído no próximo encontro. Esse próximo encontro pode se dar logo em seguida ou não, e os