Dinheiro e crédito
Os objetos de valor kula não são dinheiro, pois, só podem ser trocados pelo seu oposto, ou seja, colares de discos rosados por braceletes brancos. Lucy Mair aponta que muitos povos da Nova Guiné usam o “dinheiro de conchas”, tanto para cerimoniais como para transações de mercado, e também servem como reserva de valor. Esses discos de conchas podem ser divididos em unidades menores, e, podem ser usados para comprar qualquer coisa que estiver a venda. Os tambu, por sua vez, são distribuídos em cerimônias mortuárias. Os tambu são sempre aceitos como pagamento enquanto o dinheiro nem sempre é. Muitas vezes quando se tem algo para vender só se aceita o tambu. Ela cita o exemplo da ilha Rossel, onde existe um meio de circulação que um economista possivelmente o chamaria como tal. Embora a população fosse pequena, as conchas eram usadas para a aquisição dos mais diversos bens e não apenas usadas para fins cerimoniais. Segundo Lorraine Baric, essas transações eram de compra e venda. As “moedas” de concha eram divididas em duas categorias: uma superior e outra inferior e não eram intercambiáveis. Os tipos superiores eram aproximadamente mil, e sua quantidade possivelmente sempre foi essa. Os chefe geralmente as possuíam, e elas não podiam ver a luz do dia. A conseqüência desse sistema é que as pessoas tinham que a todo momento estar emprestando e tomando emprestado para fazer qualquer tipo de transação. Na ilha Rossel se tem o exemplo da concepção de juros, pois, sempre que se emprestava, o tamador do empréstimo tinha de devolver uma quantia maior do que a que havia emprestado. O capital nas sociedades não-monetárias é o estoque de mercadorias, antes que se realize um ato produtivo, imobilizado do consumo direto enquanto o ato está em andamento. A renda é a parte da adição ao estoque de mercadorias por este ato de produção que é distribuída e consumida. Os empréstimos que rendem juros encontram-se nas aldeias da colina de Orissa. Ricos