A troca cultural das línguas
Os estrangeirismos fazem parte da formação de nossa língua, pois desde o descobrimento do Brasil e da colonização sofremos forte influência das línguas indígenas, ibéricas, germânicas, árabes e de diversos vocábulos romanos, gregos, italianos, castelhanos e franceses, povos que, assim como nos deixaram evidentes influências culturais, também deixaram suas marcas em nosso idioma. Esse misto de vocábulos entre a língua nativa e as estrangeiras faz com que, ao longo do tempo, as palavras estrangeiras naturalmente passem por um processo de aportuguesamento fonológico e gráfico, sendo incorporadas ao léxico da língua.
Em oposição a isso, existem os defensores do vernáculo. Vernáculo é um termo vinculado à linguística, significa a língua nativa de certo lugar ou região, o idioma puro utilizado tanto no falar quanto no escrever, sem o uso de palavras vindas de idiomas estrangeiros. Mas a própria palavra vernáculo tem origem no latim vernaculum e, como muitas outras palavras, se incorporou na língua portuguesa e sofreu o aportuguesamento. Os mais conservadores tratam o estrangeirismo como sendo um vício de linguagem, ou seja, um desvio das normas gramaticais que desvirtuam ou dificultam a manifestação do pensamento.
Um exemplo de movimento a favor do purismo linguístico é o projeto de lei elaborado em 1999, pelo deputado Aldo Rebelo, que previa multas àqueles que usassem “indevidamente” palavras estrangeiras, justificando que a dominação de um povo sobre