A Transmissão da Cultura da Brincadeira: Algumas Possibilidades de Investigação
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Resumo referente ao texto “ A Transmissão da Cultura da Brincadeira: Algumas Possibilidades de Investigação” Brinquedo e criança são palavras que estão estreitamente associadas. Todas as sociedades reconhecem o brincar como parte da infância. Os primeiros registros desse reconhecimento, obtido por meio de escavações arqueológicas, advêm do período em que nossa espécie ainda tinha como modo de sobrevivência básico a caça e coleta. O mesmo não se pode dizer das palavras “ cultura” e “ criança”. Pode-se interrogar: como, de criança a criança, de geração a geração, as regras e as formas de brincar são ensinadas e aprendidas? A impressão leiga é de que o jogar e o brincar são ensinados como normalmente os adultos ensinam a um outro adulto um jogo, de modo sistemático e diretivo. A brincadeira pressupõe uma aprendizagem social. A aprendem- se as formas, o vocabulário típico as regras e o seu momento de enuncia-las, as habilidades específicas requeridas para cada brinquedo, os tipos de interações condizentes etc. Acredita-se que a investigação dessas e de outras categorias de eventos seja importante não só para uma melhor descrição da brincadeira e da ocorrência de aprendizagem em situação natural, mas também para a compreensão dos processos de transmissão da cultura da brincadeira, assim como das relações entre os membros do grupo e do desenvolvimento infantil. Esta aprendizagem, na qual o aprendiz tenta aprender não a partir do outro, mas através do outro, é denominada pelos autores de “ aprendizagem cultural”. Tomasello e colaboradores, distinguem três tipos de aprendizagem cultural: aprendizagem imitativa, a aprendizagem instruída e a aprendizagem colaborativa. Na aprendizagem imitativa o aprendiz internaliza algo da estratégia comportamental do demonstrador, podendo ocorrer dentro ou fora do contexto pedagógico. A aprendizagem colaborativa não envolve