A Trajetória do Welfare State no Brasil: Papel Redistributivo das Políticas Sociais dos Anos 1930 aos Anos 1990” e Políticas sociais
A desigualdade social é considerada o maior problema estrutural do Brasil e exprime-se em múltiplos aspectos. Diferenciais nas condições de vida e saúde são historicamente evidenciadas entre grupos populacionais distintos. Propõe-se discutir aspectos da desigualdade social, equidade, vulnerabilidade e desigualdade em saúde sob a perspectiva da raça/cor da pele, compreendida como um fator determinante de iniquidade em saúde entre grupos étnico-raciais. As desigualdades sociais e situação de saúde no Brasil são históricas, de elevada magnitude e persistentes. Nesse contexto, proporcionar maior visibilidade aos abismos existentes entre as condições de vida das populações segundo a raça-cor da pele, investir em políticas públicas visando a garantia dos direitos fundamentais do ser humano representam a possibilidade de uma sociedade menos injusta e efetivamente democrática.
O Brasil é um país de contradições históricas, considerado a maior economia da América Latina que, paradoxalmente, abarca um gigantesco contingente de pobres, tem perpetuado a naturalização da pobreza e profundas desigualdades (THEODORO, 2008). Para Henriques (2001), a naturalização da desigualdade deriva de um acordo social excludente, que limita a inserção de direitos e oportunidades de determinados segmentos e reforça a cidadania para poucos.
A desigualdade brasileira perpassa o tecido social e tem raízes históricas assentadas no período da escravidão e no processo de transição para o regime de trabalho livre marcado pela exclusão, falta de proteção e políticas