A trajetória da educação ambiental no Brasil e no mundo
Autora: Maria de Fátima Falcão Nascimento – este texto é parte integrante do artigo EDUCAÇÃO AMBIENTAL: TRAJETÓRIA, FUNDAMENTOS E PRÁXIS PEDAGÓGICA, publicado Cadernos IAT, ISSN 1982-8500, Salvador, v.3, n.1, p. 104-117, 2010.
Há algumas décadas a preocupação com o ambiente tomou vulto em consequência do agravamento dos problemas ambientais, gerados pelo ser humano ao longo do processo civilizatório. Desde essa época começaram as discussões sobre a educação ambiental. Na década de 60, onde a contracultura e os movimentos pela paz e pela ecologia caracterizaram o período, com protestos contra o modelo capitalista que priorizava o acúmulo de bens materiais acima das melhorias sociais, a discussão sobre meio ambiente e educação ambiental tinha prioritariamente um caráter naturalista, muito vinculado, nas escolas, à disciplina Ciências e em alguns momentos à Geografia.
Na década de 70, surgiram vários eventos nacionais e internacionais, que se constituíram em importantes espaços de reflexão e de construção de diretrizes filosófico-políticas para a educação ambiental.
O marco histórico das discussões sobre o meio ambiente foi a realização em 1972, em Estocolmo, na Suécia, da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, que reuniu representantes de 113 países. Esta conferência foi uma conseqüência da repercussão do trabalho do Clube de Roma - grupo formado por 30 especialistas de vários países para discutir a emergente crise ambiental, tendo como resultado a publicação de um documento, o relatório Limites do Crescimento, que denunciava que o crescente consumo mundial levaria a humanidade possivelmente a um colapso (DIAS, 1992). Eles propunham, então, o fim do crescimento, como forma de barrar o avanço da problemática ambiental. Estava criado, portanto, um impasse entre o modelo de desenvolvimento instalado e a proposta de crescimento zero. Assim, a Conferência de