a teoria funcionalista de Durkheim
Alexandre Carneiro
Sociólogo francês e pai da sociologia, Durkheim nasceu em Épinal, na Lorena, em 15 de abril em 1858 e faleceu em Paris, em 1917. O diálogo que Durkheim estabelecia com o seu tempo vai influenciar preponderantemente todo o percurso de sua produção teórica (todo pensamento é datado). Isto se explica por uma certa obsessão pelo tema da moral, ou seja, da ordem, questão que se prolonga desde os seus primeiros escritos até aos escritos póstumos. Sua vida se inseriu num contexto turbulento da história francesa marcado por guerras internas e externas (Guerra Franco-Prussiana, a Comuna de Paris).
A moral, em Durkheim, ganha status de elemento regulador do consenso, algo visivelmente em crise em se tratando das sociedades complexas, mas básico para a coesão das sociedades primitivas. Isto explica a atração que as sociedades primitivas exerciam sobre o sociólogo francês.
Vivendo numa época de constantes crises e de florescimento das teorias socialistas, Durkheim, orienta seu trabalho teórico no sentido de afirmar que as respostas morais, e não as de natureza econômica, seriam eficazes para neutralizar as crises econômicas e políticas da época.
A França contemporânea de Durkheim (reconhecido como um intelectual que dialogava com o seu tempo) era caracterizada por um período de ascensão da burguesia francesa, de crescimento do movimento operário, e de crise política. Politicamente, diversos acontecimentos podem ser destacados: derrota da França pela Alemanha (1870), Comuna de Paris (1871), caso Dreyfus ((1898) e a Primeira Guerra Mundial.
Membro de uma família judaica, filho de um rabino-chefe, Durkheim teve uma educação ortodoxa que o influenciou pelo resto da vida, apesar de ter decidido romper com a tradição familiar, declarando-se agnóstico, o sociólogo francês durante toda a sua vida guardou traços marcantes da vida disciplinada que aprendera em sua educação.
Aos dezoito anos de idade passou a