A teoria da estrutura retórica do texto
FRASES NOMINAIS EM PROVÉRBIOS
Ana Clara Gonçalves Alves de Meira (UFMG)
Introdução
Quando estudamos frase e oração, deparamo-nos, muitas vezes, com conceitos repletos de lacunas, tais como: frase é a sentença de sentido completo e oração é toda frase que apresenta verbo. Notamos que tais definições se restringem a aspectos formais. Neste trabalho, pretendemos questionar: tais conceitos são suficientes para diferenciar frase de oração? Além disso, as ditas frases nominais são definidas como aquelas que possuem sentido completo, mas não apresentam verbos. Então, trataremos do conceito de frase nominal, procurando buscar um estudo que contemple esse termo, levando em conta critérios semânticos e pragmáticos.
Se considerarmos que um estudo de frases e orações não pode se pautar em quesitos meramente estruturais, podemos também levantar outra questão: o que designaremos como texto? Assim, buscaremos, ainda que de modo superficial, demonstrar o que determinaremos como frase nominal e texto. Ademais, analisaremos o provérbio Por dentro pão bolorento, por fora bela viola a fim de procurarmos respostas para todas essas questões. Como estudaremos um provérbio formado por porções textuais justapostas, ou seja, sem a presença de conectivos, observaremos também que os conectivos não são determinantes para estabelecer sentidos.
Optaremos por uma análise pautada na Teoria da Estrutura Retórica do Texto, tendo em vista que essa teoria busca compreender o que faz com que um texto se configure como tal e não seja simplesmente um conjunto de palavras dispostas uma ao lado da outra. Em um primeiro momento, faremos uma breve revisão da literatura sobre conceitos como: frase, oração, frases nominais e justaposição. Em seguida, explicitaremos de forma geral a Teoria da Estrutura Retórica do Texto e, por último, realizaremos a análise.
Revisão da Literatura
Se trataremos de provérbios que se constituem