A taxa de Juros
(real, nominal)
Cleber Ferrer Barbosa A taxa de juros
Já vimos que investir requer um desembolso financeiro inicial. Uma empresa pode investir com recursos próprios ou de terceiros. Em ambos os casos, a taxa de juros exerce um papel importante na decisão de investir ou não. Veja como: se a empresa precisar recorrer aos bancos para financiar a aquisição do nível de capital desejado, ela precisará pagar os juros de tais empréstimos. Nesse caso, a taxa de juros será um importante indicador dos custos de investir. Bastante claro, concorda?
Existe, no entanto, outra forma de avaliar o custo de investir por intermédio da taxa de juros vigente nos mercados. Ela ocorre, por exemplo, quando a empresa dispõe de lucros do período anterior retidos em nível suficiente para bancar seus gastos com investimentos. Observe, mesmo nesse caso, a taxa de juros afetará a decisão de investir. Afinal o empresário irá avaliar a possibilidade de aplicar esses lucros retidos nas aplicações financeiras que rendam taxas de juros. Se esses títulos tiverem uma rentabilidade maior do que a rentabilidade esperada com a maturação dos investimentos na produção, o empresário pode decidir por não investir na produção e sim nesses títulos. Sendo assim, com recursos próprios (lucros retidos) ou de terceiros (empréstimos), a taxa de juros representa o custo de investir.
Agora faça a distinção: o conceito de taxa de juros admite duas abrangências: a taxa nominal e a taxa real.
A primeira é definida como aquela expressa em termos de quantas unidades monetárias são pagas como juros. Um empréstimo de 100 u.m. com taxa de juros de 10% representa juros de 10 u.m. Estes últimos são os juros nominais, o montante em unidades monetárias pagos no mercado.
A taxa real de juros, por sua vez, mede o quanto realmente se paga, levando em consideração o poder aquisitivo do dinheiro antes e depois de pago o empréstimo. Isto é, considera-se a perda do poder