Taxa de juros
Histeria não pela redução em si, que, a esse respeito, as opiniões se dividem. Lembra até velha piada sobre econometria, mas que vale para a economia em geral. É assim: dois econometristas saem para caçar patos. O primeiro atira e erra por meio metro à direita. O segundo atira, erra por meio metro à esquerda e grita: acertamos.
Pois é, palpite de economista é assim, quase sempre e com exceções que apenas confirmam a regra.
No caso dos juros, a histeria se deu porque grande número de economistas e colunistas de economia decretaram que a decisão do BC equivale a sepultar a independência do Banco Central, o que seria, na opinião dessa turma, uma tragédia de proporções bíblicas. Bobagem.
A influência da taxa de juros na inflação, no consumo, no investimento e no crescimento da economia funciona da seguinte forma:
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Este aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender esse maior consumo. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento --que ficam mais custosos--, a economia desacelera e evita-se que os preços subam --ou seja, que ocorra inflação.
Com a redução da taxa básica de juros (Selic), o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "sobrar" um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa sobe, ocorre o inverso.
É por isso que os empresários pedem corte nas taxas, para viabilizar investimentos. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores.
Em um cenário normal, é também por esse motivo que