A TARTARUGA E A FRUTA AMARELA
- estraida do livro "Histórias que o povo conta", de Ricardo Azevedo.
O tempo era de seca. O calor estava de rachar pedra. Sem chuva, a floresta quase secou. A bicharada andava para lá e para cá cheia de fome e de sede.
Um dia, ninguém sabe como, apareceu uma árvore carregadinha de frutas.
As frutas eram lindas e amarelas mas os bichos ficaram com medo.
— E se for azeda? — disse o papagaio.
— E se for venenosa? — disse o macaco.
— E se for feitiço? — disse a capivara.
Com água na boca, a bicharada olhava aquelas frutas madurinhas mas ninguém tinha coragem de experimentar.
— A gente não pode comer a fruta sem saber o nome dela — ensinou a coruja. Então, os bichos fizeram uma reunião e escolheram a anta.
— Vá até o céu — pediram eles —, e pergunte a Deus qual o nome dessa fruta. A anta foi e Deus explicou tudo direitinho. Para não esquecer o nome da fruta amarela a anta voltou do céu cantando:
Carambola, carambola
Não posso esquecer seu nome
Carambola, carambola
Que meu povo está com fome
Acontece que no caminho morava uma bruxa malvada.
A mulher perguntou que cantoria era aquela e a anta explicou.
A bruxa deu risada e gritou:
Caranguejo, caramujo
Carapaça, carrapicho
Carrapato, carraspana
Carapeta, carabina
Ouvindo o canto da bruxa, a anta se confundiu. Ao chegar na floresta não conseguiu mais lembrar nome nenhum.
Os bichos fizeram outra reunião e escolheram o tatu.
— Vá até o céu — pediram eles —, e pergunte a Deus qual o nome dessa fruta. O tatu foi e Deus explicou tudo direitinho. Para não esquecer o nome da fruta amarela, o tatu voltou do céu cantando.
Carambola, carambola
Não posso esquecer seu nome
Carambola, carambola
Que meu povo está com fome
No caminho, encontrou a bruxa malvada.
A mulher perguntou que cantoria era aquela e o tatu explicou.
A bruxa deu risada e gritou:
Caranguejo, caramujo
Carapaça, carrapicho
Carrapato, carraspana
Carapeta, carabina
Ouvindo o canto da bruxa, o tatu se confundiu. Ao chegar na