A sociologia da década de 30 até os dias atuais
A sociologia, como atividade voltada para o conhecimento sistemático e metódico da sociedade, só aparece na década de 30 com a fundação da Universidade de São Paulo, embora o pensamento sociológico já existia no Brasil desde o final do século XIX, desenvolvido por Euclídes da Cunha em sua obra Os Sertões e nas idéias abolicionistas e republicanas. Nessa época uma das preocupações em geral dos intelectuais era o interesse da descoberta do Brasil verdadeiro, contradizendo aquela visão etnocêntrica dos europeus. Buscavam também desenvolver e modernizar a estrutura social brasileira. Os intelectuais desse período ficaram conhecidos como geração de 30, dentre eles podemos destacar:
- Gilberto de Melo Freire, sua obra em geral representou um divisor de águas na evolução cultural do Brasil e contribuiu para que o país encarasse com mais confiança seu papel no mundo moderno.
- Caio Prado Júnior procurava formalizar o método marxista para análise da realidade brasileira. Em Evolução política do Brasil (1933) interpretava a situação político-colonial brasileira a partir das relações internacionais capitalistas e seu mecanismo comercial, desde a expansão marítima européia. Depois de uma viagem a União Soviética, em 1938 ele publica: URSS: um novo mundo, desde então se torna militante de esquerda, assumindo a presidência da Aliança Nacional Libertadora em São Paulo, motivo este de sua prisão e exilo (1935-1939). Ao voltar para o Brasil publicou mais duas obras de grande repercussão nacional: Formação do Brasil Contemporâneo (1942) e Historia econômica do Brasil (1945).
- Plínio Salgado destaca-se pelo seu integralismo, como um movimento nacionalista, anticomunista, antiliberal e anti-semita. Via com desconfiança não só o movimento modernizador da sociedade, mas como também o liberalismo e o marxismo. Depois de uma viagem a Itália em 1930 onde conheceu Mussolini, voltou decidido a fundar um movimento fascista no Brasil.