A sociedade unidimensional
Em “A Ideologia da Sociedade Industrial”, Marcuse, no primeiro capítulo de seu livro, contrapõe dois tipos de sociedades, a sociedade pré-tecnológica e a civilização industrial desenvolvida. Esta, comparada com suas predecessoras, ela é, na verdade, uma "nova sociedade". (Marcuse, p.39). É ela, a sociedade tecnológica, é quem será alvo das críticas de Marcuse, uma sociedade capaz de organizar e modificar as relações sociais, instrumento de controle e dominação. Nela, o lazer e o entretenimento são organizados de modo tornar a existência aprazível. Nesta, o homem está escravizado, ora trabalha ora goza de lazer, mas trata-se situações dirigidas, ordenadas, tudo está de alguma forma organizado e prescrito, nela, tanto as necessidades quanto os prazeres são administrados pelo aparato tecnológico. Para ser bem-sucedido nessa sociedade, basta que o indivíduo se adapte ao que lhe é oferecido. Uma das principais críticas apresentadas por Marcuse irá se pautar na perda da liberdade promovida pelo progresso técnico. O primeiro aspecto a ser observado é que a economia passa a atender aos anseios das grandes corporações. Para uma melhor compreensão do que é o pensamento unidimensional, é preciso, primeiro, compreender os problemas advindos da civilização industrial desenvolvida. Marcuse aponta como problemas a falta de liberdade; a supressão da individualidade, fruto da mecanização de desempenhos socialmente necessários; um poder político que se vale do controle sobre o