A sociedade rival
Elias Barroso
Percebemos que na pós-modernidade o indivíduo enxerga o próximo como rival como inimigo, notamos por exemplo quando um motorista vê um passageiro no ponto de ônibus muitas vezes ele não para o passageiro, não o vê como ser humano e sim como coisa. Ele pensa porquê vou parar para ele o quê ganho com isso? É melhor ir mais rápido porque tenho horário a cumprir o passageiro que se prejudique. Em manifestações de greve já percebeu que os grevistas reivindicam seus direitos apenas para eles e a população que se vire. Observamos tanto em greves de motoristas, de médicos, de policiais, mas o discurso demagógico é o mesmo eles afirmam que estão lutando para oferecer melhores condições ao povo. Sabemos que não. Todos são rivais, notamos na escola o aluno não gosta do outro porque este é mais inteligente, ou mais é mais comunicativo, mais esbelto, a competitividade é ensinada desde a infância se perpetuando até a fase adulta. No trabalho a competitividade se acirra o colega vê o outro como rival. Nunca ouviu essa frase corriqueira: “Ele vai acabar tomando teu lugar” Essa é uma frase que simboliza perfeitamente essa tese. Se o colega trabalha melhor é sinal de que ele é uma ameaça. Foi veiculado na TV que uma funcionária matou a colega, pois queria o seu lugar na empresa. Quando alguém lhe trata demasiadamente bem geralmente essa pessoa quer alguma coisa de você. Estamos na era da amizade sindicalizada. Eu sou pseudo-amigo de fulano pois ele é meu colega de trabalho na mesma profissão. Um médico é pseudo-amigo de outro médico, o advogado é pseudo-amigo de outro, etc. Esses se cumprimentam e se identificam, estão no mesmo barco se este afundar. Mas se fosse um advogado com um juiz? Nesse caso não se identificam, já que o juiz se vê acima do advogado, embora a Constituição Federal vaticine que todos os membros da justiça são iguais. Não há o chamado pluralismo de idéias, tampouco a consagrada igualdade. O poder e o capital são quem manda.