A sociedade pos capitalista
Ele já escrevera em 1954 que a grande empresa era a "primeira organização em larga escala baseada no conhecimento" em que aflorava um novo actor social, o trabalhador do conhecimento. Mas foi quase 40 anos depois que tirou daí todas as ilações ao argumentar em 1993 que na "sociedade para que nos estamos a encaminhar muito rapidamente, o saber é o recurso chave". A obra A Sociedade Pós-Capitalista, traduzida em Portugal pela Difusão Cultural, afirmava sem rodeios: "O capital está a tornar-se redundante, não é mais um factor de controlo", pelo que a sociedade caminhará para algo cujo adjectivo já não é "capitalista". O novo grupo social é hoje 1/3 da população activa e será 40% em 2020, segundo o estudo que Drucker divulgou no The Economist em 2001.
O LEGADO
«Não haverão países "pobres" - só países ignorantes. E o mesmo será verdade para os indivíduos, as empresas, as indústrias e todos os tipos de organizações.»
Como o quinto ponto é, porventura, o seu último legado, finalizamos este artigo com uma síntese do que Peter Drucker em 1995 sintetizou como a herança da mudança em curso.
A sociedade do conhecimento
A sociedade emergente será baseada no conhecimento de trabalhadores altamente qualificados. É a primeira sociedade em que a maioria das pessoas não faz o mesmo trabalho, tal como era o caso quando dominavam os camponeses, ou quando se julgou que poderia ser constituída por operadores de máquinas. Isto é muito mais do que uma mudança social. Trata-se de uma viragem fundamental na condição humana.
A nova classe líder
Os trabalhadores qualificados não constituirão a maioria na sociedade do conhecimento, mas serão o maior grupo de população activa. E, mesmo que sejam ultrapassados em número por outros grupos sociais, serão aquele que dará a esta sociedade emergente o carácter, a liderança e o perfil social. Poderão não ser a classe que governa, mas são já a classe que lidera.
A emergência dos tecnólogos
Um grande número