A Situação da Educação no Brasil.
Historicamente, a função do aluno foi associada ao controle, à fiscalização, ao disciplinamento, à medida, à verificação, à ponto de muitos professores considerarem que sua tarefa principal era transmitir conteúdo e logo constatar o quanto assimilaram, indicando (por meio de notas, conceitos ou menções) quais são aptos e inaptos. Numerosas pesquisas revelam carências graves, na aprendizagem das disciplinas, que são alicerces para a construção de qualquer conhecimento. Não temos a quem imitar ou ao menos em quem nos inspirar para que melhoremos nossos resultados escolares. Temos, sim, que nos incorporar às vanguardas científicas que estão descobrindo algo muito novo nesse campo.
Isto implica uma mudança completa no jeito de ensinar. Não se ensina explicando, se ensina instigando os alunos com desafios para que eles se façam perguntas. Só se aprende se há alguma falta a preencher. A competência para produzir esta falta tornou-se a base da ação docente, à luz de sólidas construções científicas em didática e em psicologia da inteligência.
“Todos podem aprender” a inteligência não é um dom, mas ela, em verdade, é um processo, ficando-se inteligente provocado por oportunidades de formular problemas.
A internalização de uma nova intencionalidade exige auto-crítica, tomada de consciência, desconstrução de crença no modelo autoritário de educação e avaliação, o pressuposto é de que a escola pode não ensinar, ou seja, o professor dar aula e o aluno não aprender, seria norma... Tal construto ideológico é sustentado por uma série de mitos, preconceitos, estratégia e culpabilização da vítima (os alunos não aprendem por problemas de família, sociais, neurológicos etc.). Nesse contexto a avaliação, ao invés de ser um processo de qualificar ou incluir, seleciona e exclui.
A lógica classificatória gira em torno do aprovar reprovar. No entanto, a tarefa do professor não é ficar discutindo aprovação-reprovação e sim a aprendizagem efetiva