A SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA E O PÚBLICO
Em uma serie de apontamentos literários Carlos Drummond de Andrade faz uma curiosa observação:
"as 398 razões de incompatibilidade entre a arte - moderna e o público poder-se-ia acrescentar mais esta: o público geralmente procura o assunto, enquanto a arte moderna o esquiva ou elimina." >> O experimentalismo literário inicial dá maior importância a forma e a linguagem que ao conteúdo, contrariando a tendência de um publico que costumava dar maior atenção ao assunto
(no meio do caminho - acharam que o texto repetitivo era uma brincadeira de mau gosto) – a partir de 1928 "poemas insignificantes começaram há escandalizar esse tempo e servir para dividir no Brasil as pessoas em duas categorias mentais..." diz um escrito autobiográfico.
A dificuldade de vencer a barreira do gosto popular fez com que os poetas criassem um intenso vinculo literário, tornando-se leitores uns dos outros. Essa atividade é confirmada pela intensa troca de correspondência entre eles.
Quando as experimentações estéticas dão lugar a uma poesia mais voltada para as indagações humanas, o interesse dos leitores pela poesia da segunda geração cresce muito e torna célebres alguns de seus representantes como Vinicius de Moraes, Cecília
Meireles e Carlos Drummond de Andrade.
A seleção de palavras associada a prosa é parecida com a própria temática desenvolvida nos textos. Drummond, Cecília, Murilo Mendes, Jorge de lima usam a poesia para falar de um momento em que a humanidade está diante de questões complicadas. Refletir sobre elas exige uma elaboração sintática de complexidade equivalente.
Versos, ritmos e rimas, reforçam a liberdade como marca dessa geração.
Versos livres (ñ seguem esquemas, tem apenas ritmo) e brancos (ñ possuem rima) convivem com outros rimados e de métrica fixa.