A Saga dos Cães Perdidos

Resenha

A Saga dos Cães Perdidos (Ciro Marcondes Filho)

O livro de Ciro Marcondes Filho discute a transformação da atividade jornalística desde sua origem, de acordo com a evolução e modificação da sociedade, até a atualidade, com a influência das novas tecnologias . O termo “cães perdidos” é ultilizado para fazer referência a perda do faro investigativo do profissional.

O autor divide o desenvolvimento do jornalismo em diferentes fases. A primeira citada é a Pré-história, de 1631 a 1789, quando ainda é algo artesanal e restringido apenas a nobreza e clero. Inspirado pelo espírito Iluminista, a partir da Revolução Francesa passa a se expandir e perde a característica restrita, surgindo o compromisso com a transparência.

O segundo segmento, tratado por Ciro como “Primeiro Jornalismo”, vai de 1789 a 1830, tem característica política-literária. Os jornais eram escritos com fins pedagógicos, visando a razão, verdade e transparência, sem intenção econômica . Há uma exposição instensa dos acontecimentos e o controle da informação e do saber passa da esfera privada para a pública.

Na metade do século 19 surge o “Segundo Jornalismo”, de 1830 a 1900. Com a inovação tecnológica, o jornalismo se transforma em uma empresa capitalista. Perde-se os fins pedagógicos e cresce a necessidade de vender para se afirmar no mercado. Integra a publicidade e as assinaturas em suas páginas. A informação vira mercadoria e a imprensa vira comunicação de massa, passando a apresentar um caráter sensacionalista.

No “Terceiro Jornalismo” (1900 – 1970) há o crescimento e desenvolvimento das empresas jornalísticas. A indústria publicitária cresce e adota-se também a de relações públicas como novas formas de comunicação, descaracterizando o jornalismo. De acordo com Ciro, é nessa época que " o jornalismo reflete muito bem a aventura da modernidade, processo de enfraquecimento da atividade é um sintoma de mudança dos tempos e dos espíritos, o pano de fundo dessas mudanças é o fim