A Riqueza das Nações - Capítulo 6
Anterior ao acúmulo de patrimônio e à apropriação de terra, a proporção entre as quantidades de trabalho necessárias para adquirir os diversos tipos de objetos era a única forma de determinar uma troca, por exemplo, se abater um castor dá duas vezes mais trabalho do que abater um cervo então um castor vale dois cervos. Também o que é produto de duas horas de trabalho pode valer duas vezes mais do que o que é produto de uma hora de trabalho, a não ser que um deles seja bem mais difícil do que o outro, então o produto do trabalho de uma hora pode equivaler ao produto do trabalho de duas horas. Quando o trabalhador possui os insumos para a produção de uma determinada mercadoria e também o local para a produção, todo o fruto da venda será dele.
Quando o trabalhador é destituído da posse do local e desses insumos, o empregador usa o capital para contratar pessoas e fornecerá matéria prima para elas e lhe pagará o necessário para sua subsistência, e o empregador receberá, na troca das mercadorias produzidas, além do valor para pagar os salários e o material, o valor de seu trabalho e o risco que tem de empreender o negócio. O valor desse lucro é regulado a partir da extensão do patrimônio e não pelo trabalho que realmente é dispensado quando se empreende um negócio, mas é evidente que um adicional é devido para o empregador por este ter adiantado o salário e fornecido o material para o trabalho dos operários.
“No momento em que toda a terra de um país se tornou propriedade privada, os donos das terras, como quaisquer outras pessoas, gostam de colher onde nunca semearam, exigindo uma renda, mesmo pelos produtos naturais da terra. A madeira da floresta, o capim do campo e todos os frutos da terra, os quais, quando a terra era comum a todos, custavam ao trabalhador apenas o trabalho de apanhá-los a partir dessa nova situação têm o seu preço onerado por algo mais, inclusive para o trabalhador. Ele passa a ter que pagar pela