A revolução industrial e a transformação das cidades
Entre o fim do século XVIII e o início do século XIX o mundo passa por grandes transformações sociais e econômicas. O fato que desencadeia essas mudanças é a invenção da máquina a vapor, em 1782, pelo inventor britânico James Watt. Esta, ao ser introduzida nas manufaturas britânicas, imprime um novo ritmo à produção de mercadorias. Surge na Grã-Bretanha a indústria têxtil e com ela tem início a era do chamado capitalismo industrial.
A Grã-Bretanha que, desde o começo do século XVIII havia ampliado seu poderio naval e o sistema capitalista mercantil de base mundial nele assentado, acumulava aplicações tecnológicas de princípios científicos aos processos produtivos, na forma de fábricas e de explorações minerais. Dessa forma consegue implantar uma economia industrial essencialmente urbana, que ultrapassa a produção agrícola, gera transformações radicais em sua estrutura social e lança as bases da revolução industrial. Para Eric Hobsbawn,
“ (...) Sob qualquer aspecto, este foi o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades (...)”[1].
Por força das profundas transformações técnicas[2] ocorridas ao longo do século XVIII, a cidade finita, tal como chegou a existir na Europa ao longo dos quinhentos anos precedentes desaparece[3]. Em seu lugar, graças ao incremento de uma infra-estrutura completamente nova, surge uma outra ordem urbana, influenciado por vários fatores, dentre eles o da queda da mortalidade, que rompe com o tradicional equilíbrio entre as gerações (onde cada uma ocupava o lugar da anterior e repetia o mesmo destino) que vai demandar a solução de problemas até então inéditos.
O progresso tecnológico e o desenvolvimento econômico levam ao aumento dos bens e serviços produzidos pela agricultura, pela indústria e pelas atividades terciárias. Estes, somados ao incremento