A revolução de 1820

A revolução de 1820

1. Os antecedentes Quando se tornou imperador de França, o grande objectivo de Napoleão era subjugar a Inglaterra, pelo que em 1806 decretou a proibição de navios ingleses aportarem na Europa, o que ficou conhecido como Bloqueio Continental. Portugal, devido às suas muito antigas relações de amizade com a Inglaterra, não cumpriu essa proibição o que levou a que o país fosse invadido três vezes pelos exércitos napoleónicos. Em Novembro de 1807 a Família Real, temendo a perda de soberania do país, como aconteceria em Espanha, embarcou para o Brasil. Para repelir as invasões francesas o rei pediu ajuda à Inglaterra, que enviou um exército chefiado por Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington, e mais tarde pelo marechal Beresford, tendo a guerra peninsular terminado em 1814, com a derrota de Napoleão. Quando terminou a guerra, Portugal tinha sofrido bastantes danos devido à presença dos exércitos franceses que vandalizaram e pilharam igrejas, conventos e palácios. Verificou-se também uma diminuição na população, devido não só aos soldados mortos em combate mas também àqueles mortos pelo exército francês por lhe fazerem frente. O rei continuava no Brasil, estando o governo entregue a uma junta de governadores que, no entanto, não podiam tomar qualquer decisão sem consultar o monarca. A verdadeira força estava no exército, cujo comando geral estava nas mãos dos oficiais ingleses. As relações entre o poder civil e o militar eram más e mesmo intra-militares, havia uma grande disputa entre portugueses e ingleses, os quais ocupavam a maioria dos cargos de chefia. Para além da crise militar, o país atravessa também uma situação económica complicada pois, com a ida da família real para o Brasil, o comércio no porto de Lisboa diminuiu significativamente, principalmente pelas medidas tomadas pelo monarca, que abriu os portos brasileiros aos navios estrangeiros, permitiu a importação de mercadorias de todas as procedências e mandou construir