A REVOLU O DE 1930 EM MINAS GERAIS
* ALCYR LINTZ GERALDO
O ENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS NA REVOLUÇÃO
A presença de Minas Gerais entre os estados participantes do movimento revolucionário, que sacudiu o Brasil em outubro de 1930, teve como causa fundamental as eleições que se realizaram a 01 de março daquele ano para a presidência da República a fim de cumprir o quatriênio de 1930-1934.
Vigorava , no país, desde o governo de CAMPOS SALES a chamada "política do café com leite"' pela qual revezavam-se na chefia do poder executivo federal cidadãos oriundos dos estados de São Paulo ou de Minas Gerais, ao arrepio de inúmeras outras unidades federadas tais como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. Isso acontecia porque os dois estados primeiramente citados eram os que tinham maior expressão econômica e maior contingente eleitoral ,respectivamente. Não havia partidos nacionais. Cada estado tinha o seu Partido Republicano. Assim, esse grêmio, relativo ao estado que deveria ocupar a presidência, indicava o candidato que se tornava o "'oficial,'' vindo a ser o ungido do presidente da República que coordenava o pleito.
Para a eleição de 1930, cabia ao estado de Minas Gerais indicar o candidato para o quatriênio seguinte. Governava o estado mediterrâneo ANTÔNIO CARLOS RIBEIRO DE ANDRADA, descendente da família do Patriarca da Independência, político fino e hábil, dono de majestoso currículo, ornamentado prelos melhores títulos para aspirar o primeiro mandato do país.
No entanto, o presidente da República em exercício, WASHINGTON LUÍS , lhe devotava figadal antipatia e, em termos de política financeira, caminhavam em sentidos diferentes. Violando o costume do "'café com leite,'' WASHINGTON inclina-se pela candidatura do presidente do estado de São Paulo,. JÚLIO PRESTES. ANDRADA, ultrajado, compõe-se com os políticos do Rio Grande do Sul e da Paraíba e lançam uma candidatura discordante, representada pelo presidente do estado do Rio Grande