A república
Livro utilizado:
A República, Platão
Edição da Fundação Calouste Gulbenkian
9ª edição
Lisboa
A República (Politeia), que Platão compôs entre 380 e 370 A. C. e que em conjunto com O Banquete, O Fédon e O Fedro pertence ao período de maturidade do filósofo e foi escrito em forma de diálogo, sendo este um dos traços característicos do método utilizado por Platão. Raras são as excepções (A Apologia constitui, muito pela natureza própria desta obra no contexto do opus platónico, uma dessas raras excepções).
O método utilizado por Sócrates, de pergunta e resposta, e que ficou para a posteridade como método dialéctico, tem uma finalidade que é tudo menos literária e muito menos inocente, é que Sócrates utilizava o diálogo de modo a interrogar o seu adversário acerca da natureza desta ou daquela coisa, no caso da República a justiça ou o bem por exemplo, para após levar o seu opositor a definir uma determinada virtude, o interrogar através da apresentação de exemplos sobre o que seria para ele então o modelo de homem justo, ou corajoso, recorrendo as mais das vezes a figuras de estilo das quais a metáfora pela sua importância estratégica mas também pela frequência com que ocorre ao longo das obras do autor, constituem por assim dizer as bases sobre as quais o filósofo constrói uma “armadilha” que leva o seu opositor a aperceber-se da sua ignorância.
Livros VI, VII e VIII (Resumo) Nesta obra ele questiona-se sobre a sociedade ideal por meio de diálogos sobre leis. Orientou-se no sentido de determinar como constituir uma sociedade justa. Como tal não existe na realidade, os participantes dispõe-se então a imaginá-la, bem como determinar sua organização, governo e a qualidade dos seus governantes. Para Platão, a educação seria o ponto de partida e principal instrumento de selecção e avaliação das aptidões de cada um. Sendo a alma humana (psikê) um composto de três partes: o apetite, a coragem e a razão.
Todos nascem com essa combinação, só que uma