A reprodução social das objetivações etico
Particularidades ético-morais
Até aqui se buscou evidenciar que as capacidades humanas desenvolvidas pela práxis fundam a possibilidade de o ser social se objetivar como um ser ético. Quando iniciamos esse livro, dissemos que para aprender os fundamentos da ética seria preciso buscar a gênese do ser social, na historia. Nesse momento, já de posse da compreensão das bases históricas das capacidades humanas que possibilitam ao homem se objetivarem como sujeito ético, passamos a explicar quais são as particularidades desse modo de ser.
O sujeito ético moral é socialmente considerado capaz de responder por seus atos em termos morais, o que significa ser capaz de discernir entre valores (certo/errado; bom/ mau etc.), que é o mesmo que ter senso ou consciência moral. Uma ação consciente é aquela em que o sujeito assume que os outros podem ou não sofrer as consequências por seus atos; por isso, a moral supõe o respeito ao outro (alteridade) e a responsabilidade em relação aos resultados das ações para outros indivíduos, grupos e para a sociedade em geral.
Todavia, nem todas as ações têm implicações morais: por exemplo, o modo de se vestir, a opção religiosa, a orientação sexual, entre outras. Se, no entanto, estão sendo vistas como tais estão sendo julgadas de forma moralistas. Vê-se que a liberdade ocupa um lugar central não apenas nessa discussão, mas também na prática dos indivíduos, sendo mesmo uma exigência que, em geral, não aparece na vida cotidiana por seu tratamento abstrato, idealizado.
Na verdade, a consciência e a liberdade são componentes fundamentais para todas as formas de realização ético-morais. Presume-se que o sujeito ético seja dotado de vontade, uma vontade que, pela natureza da ética, deve ser livre, ou seja, seu portador não deve ser coagido por outros indivíduos em decisões, deve ter um mínimo de controle sobre seus impulsos, isto é, ter autodomínio.
A moral objetiva-se fundamentalmente: