A representação social da psicologia e do psicólogo
Maria Alice Vanzolini da Silva Leme; Vera Silvia Raad Bussab; Emma Otta
Instituto de Psicologia Universidade de São Paulo Este trabalho é uma tentativa de estabelecer qual é a representação social da Psicologia e/ou do psicólogo, que circula em um certo segmento da população da cidade de São Paulo. O veículo dessa representação foram alunos ingressantes em um curso de Psicologia, que responderam a seguinte pergunta: "Qual é, a seu ver, a imagem que o público leigo tem do psicólogo?" Partiu-se do pressuposto que este seria um bom veículo, na medida em que, tendo recentemente feito uma opção de carreira, teriam sido alvo de muitos comentários a respeito.
O conceito de representação social aqui utilizado é de Moscovici que, em 1976, publicou seu trabalho sobre a representação social da Psicanálise na França. A leitura de Moscovici nos forneceu um referencial teórico que julgamos bastante adequado para lidar com a pergunta acima citada, proveniente de um questionário amplo, cujos dados eram utilizados para discussão, em classe, de problemas metodológicos de pesquisa e da profissão do psicólogo, desde 1976 até 1984.
Representação social é um conjunto de conceitos, explicações e afirmações que se originam na vida diária, no curso de comunicações interindividuais (Moscovici, 1981). É a versão contemporânea do senso comum. Vejamos o porquê. A maior parte dos objetos, conceitos, analogias que se impõem ao nosso entendimento, nos dias de hoje, é produto de pesquisa científica. Constituem uma massa enorme de conhecimentos que nos dizem respeito, mas que não estão ligados à nossa experiência direta. Pensamos e vemos por procuração. Grupos competentes são encarregados de obtê-los e transmiti-los. Temos que elaborar um novo senso comum a partir de elementos provenientes de um universo do qual não participamos, que tem uma linguagem e uma lógica que não são as do nosso universo cotidiano. Este é o universo das